O bordado produzido pelas artesãs da cidade de Timbaúba dos Batistas ganhou destaque, nesta última terça-feira (12), com a reprodução de uma reportagem no Jornal Nacional, transmitido pela rede Globo. A repercussão sobre a produção tem como referência a produção de peças para os atletas brasileiros que irão participar da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos.
Além da reprodução da reportagem em rede nacional, o conteúdo ganhou destaque na página do Globo Esporte.
Veja o texto na íntegra:
No semiárido do Rio Grande do Norte, entre cactos e o chão rachado pela seca, estão nascendo centenas de onças, araras e tucanos. Animais que, em 26 de julho, desfilarão em Paris, junto aos atletas brasileiros na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos.
Um a um, eles foram desenhados e bordados nas jaquetas jeans que a delegação do Brasil vai usar em uma das principais capitais da moda no planeta. Com lápis, agulha e goma, 80 bordadeiras de Timbaúba dos Batistas fizeram, peça a peça, o destaque dos uniformes que serão usados pelos brasileiros na festa que desta vez não será em um estádio, mas sobre barcos, no Rio Sena, marcando o início das Olimpíadas de 2024.
O pedido chegou às bordadeiras potiguares no fim do ano passado, quando 17 delas começaram a fazer as peças inspiradas na fauna e na flora brasileiras. Hoje são 80 mulheres no trabalho manual que passa de geração em geração de mulheres da cidade de cerca de 2.500 habitantes que fica a 300 quilômetros de Natal, capital do estado.
- O segredo do bordado é o amor. Arte que passa de geração em geração. Porque aprendemos o bordado com as nossa mães. É uma tradição. É uma terapia. Quando a gente borda, carregamos essa energia, amor e afeto. Agora estamos chiques. A nossa força está nesse bordado, nesse uniforme – diz a bordadeira Salmira de Araújo Torres Clemente, de 68 anos.
Os bodados estarão nas costas de jaquetas jeans --tecido criado na França nos anos 1800-- que compõe o uniforme que ainda tem saia midi branca para as mulheres, calça branca para os homens e camisetas verdes, azuis e amarelas com listras breton --também tradição francesa. Todas as peças são feitas com materiais reciclados. E nos desfile de abertura os brasileiros calçarão sandálias Havaianas.
- Mais do que tudo, os atletas que vão vestir esses uniformes são o Time Brasil e carregam no peito esse orgulho de levar uma torcida inteira. Temos um uniforme que fala sobre fauna, flora, tem as cores do nosso Brasil. E ainda tem o jeans, uma parte inédita, que mostra que estamos ligados na tendência, na moda. A gente quer que eles sintam, de fato, que estão com a autoestima lá em cima para levar a torcida inteira com eles - diz Cathyelle Schroeder, diretora de marketing e comunicação da Riachuelo, empresa que fornece os uniformes de viagem e da cerimônia de abertura para o COB (Comitê Olímpico do Brasil).
Hoje o Time Brasil tem 165 vagas já garantidas para as Olimpíadas de Paris. O país deve chegar perto dos 300 atletas nos Jogos. E apenas uma dela já vestiu os uniformes feitos pela Riachuelo no Rio Grande do Norte: Bárbara Domingos, de 24 anos. Uma das melhores do mundo na ginástica rítmica e já classificada para sua estreia em Olimpíadas, Babi foi à Timbaúba dos Batistas vestir os uniformes e conhecer toda a história inspiradora por trás deles.
- Estou muito feliz em ser a primeira a vestir o uniforme e ainda estar perto da produção para entender como é feito. Ver o processo é especial. Estou emocionada porque as Olimpíadas são um momento muito especial para nós. E a cerimônia de abertura traz uma sensação diferente. Cada coisinha vai ficar guardada no coração – afirma Bárbara Domingos.
Histórias como a de Iraneide Batista de Araújo, de 42 anos, e que ela vai carregar nas costas nas Olimpíadas. Iraneide nasceu na zona rural e até reside em um sítio com o marido e dois filhos. Aos 12 anos ela já participava da agricultura familiar. Em casa, também aprendeu a bordar em uma máquina antiga da sua mãe. Agora veste atletas olímpicos.
- Cores e capricho são o mais importante. Sem capricho não sai nada. Cada peça tem seu ponto, nenhuma é igual. Se comparar, vai ser sempre diferente uma peça da outra. É uma honra muito grande saber que os olhos do mundo vão estar num trabalho caprichosos e dedicado, como o meu. É uma experiência única poder conhecer a Babi e tê-la na minha casa, vendo o processo todo de um bordado – diz, emocionada, Iraneide.
Em outros países há a tradição de grandes marcas vestirem as delegações nacionais no desfile de abertura. Os atletas dos Estados Unidos, principal potência olímpica, por exemplo, usam Ralph Lauren. Já a anfitriã França veste Lacoste. Os uniformes de competição, entretanto, são fabricados por outras empresas esportivas. No caso do Brasil, a patrocinadora é a chinesa Peak. Mas em cada esporte pode haver uma fornecedora específica de material esportivo.
Além dos uniformes da cerimônia de abertura, a brasileira Riachuelo ainda faz na região metropolitana de Natal as roupas de passeio e viagem da delegação brasileira. São moletons, nas cores do Brasil, também feitos com algodão desfibrado (reciclados). Por dentro, há a inscrição "Embarcando no sonho".
Nas Olimpíadas que pela primeira vez na história terão a equidade de gênero entre homens e mulheres, são elas também que brilham para deixar ainda mais bonita a participação brasileira em Paris.
== CLIQUE AQUI E VEJA A REPORTAGEM NO SITE DO GE ==
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Além da reprodução da reportagem em rede nacional, o conteúdo ganhou destaque na página do Globo Esporte.
Veja o texto na íntegra:
No semiárido do Rio Grande do Norte, entre cactos e o chão rachado pela seca, estão nascendo centenas de onças, araras e tucanos. Animais que, em 26 de julho, desfilarão em Paris, junto aos atletas brasileiros na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos.
Um a um, eles foram desenhados e bordados nas jaquetas jeans que a delegação do Brasil vai usar em uma das principais capitais da moda no planeta. Com lápis, agulha e goma, 80 bordadeiras de Timbaúba dos Batistas fizeram, peça a peça, o destaque dos uniformes que serão usados pelos brasileiros na festa que desta vez não será em um estádio, mas sobre barcos, no Rio Sena, marcando o início das Olimpíadas de 2024.
O pedido chegou às bordadeiras potiguares no fim do ano passado, quando 17 delas começaram a fazer as peças inspiradas na fauna e na flora brasileiras. Hoje são 80 mulheres no trabalho manual que passa de geração em geração de mulheres da cidade de cerca de 2.500 habitantes que fica a 300 quilômetros de Natal, capital do estado.
- O segredo do bordado é o amor. Arte que passa de geração em geração. Porque aprendemos o bordado com as nossa mães. É uma tradição. É uma terapia. Quando a gente borda, carregamos essa energia, amor e afeto. Agora estamos chiques. A nossa força está nesse bordado, nesse uniforme – diz a bordadeira Salmira de Araújo Torres Clemente, de 68 anos.
Os bodados estarão nas costas de jaquetas jeans --tecido criado na França nos anos 1800-- que compõe o uniforme que ainda tem saia midi branca para as mulheres, calça branca para os homens e camisetas verdes, azuis e amarelas com listras breton --também tradição francesa. Todas as peças são feitas com materiais reciclados. E nos desfile de abertura os brasileiros calçarão sandálias Havaianas.
- Mais do que tudo, os atletas que vão vestir esses uniformes são o Time Brasil e carregam no peito esse orgulho de levar uma torcida inteira. Temos um uniforme que fala sobre fauna, flora, tem as cores do nosso Brasil. E ainda tem o jeans, uma parte inédita, que mostra que estamos ligados na tendência, na moda. A gente quer que eles sintam, de fato, que estão com a autoestima lá em cima para levar a torcida inteira com eles - diz Cathyelle Schroeder, diretora de marketing e comunicação da Riachuelo, empresa que fornece os uniformes de viagem e da cerimônia de abertura para o COB (Comitê Olímpico do Brasil).
Hoje o Time Brasil tem 165 vagas já garantidas para as Olimpíadas de Paris. O país deve chegar perto dos 300 atletas nos Jogos. E apenas uma dela já vestiu os uniformes feitos pela Riachuelo no Rio Grande do Norte: Bárbara Domingos, de 24 anos. Uma das melhores do mundo na ginástica rítmica e já classificada para sua estreia em Olimpíadas, Babi foi à Timbaúba dos Batistas vestir os uniformes e conhecer toda a história inspiradora por trás deles.
- Estou muito feliz em ser a primeira a vestir o uniforme e ainda estar perto da produção para entender como é feito. Ver o processo é especial. Estou emocionada porque as Olimpíadas são um momento muito especial para nós. E a cerimônia de abertura traz uma sensação diferente. Cada coisinha vai ficar guardada no coração – afirma Bárbara Domingos.
Histórias como a de Iraneide Batista de Araújo, de 42 anos, e que ela vai carregar nas costas nas Olimpíadas. Iraneide nasceu na zona rural e até reside em um sítio com o marido e dois filhos. Aos 12 anos ela já participava da agricultura familiar. Em casa, também aprendeu a bordar em uma máquina antiga da sua mãe. Agora veste atletas olímpicos.
- Cores e capricho são o mais importante. Sem capricho não sai nada. Cada peça tem seu ponto, nenhuma é igual. Se comparar, vai ser sempre diferente uma peça da outra. É uma honra muito grande saber que os olhos do mundo vão estar num trabalho caprichosos e dedicado, como o meu. É uma experiência única poder conhecer a Babi e tê-la na minha casa, vendo o processo todo de um bordado – diz, emocionada, Iraneide.
Em outros países há a tradição de grandes marcas vestirem as delegações nacionais no desfile de abertura. Os atletas dos Estados Unidos, principal potência olímpica, por exemplo, usam Ralph Lauren. Já a anfitriã França veste Lacoste. Os uniformes de competição, entretanto, são fabricados por outras empresas esportivas. No caso do Brasil, a patrocinadora é a chinesa Peak. Mas em cada esporte pode haver uma fornecedora específica de material esportivo.
Além dos uniformes da cerimônia de abertura, a brasileira Riachuelo ainda faz na região metropolitana de Natal as roupas de passeio e viagem da delegação brasileira. São moletons, nas cores do Brasil, também feitos com algodão desfibrado (reciclados). Por dentro, há a inscrição "Embarcando no sonho".
Nas Olimpíadas que pela primeira vez na história terão a equidade de gênero entre homens e mulheres, são elas também que brilham para deixar ainda mais bonita a participação brasileira em Paris.
== CLIQUE AQUI E VEJA A REPORTAGEM NO SITE DO GE ==